segunda-feira, 31 de março de 2008

Minha dor


A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.

Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal...
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias...

A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!

Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve...ninguém vê...ninguém...

*Florbela Espanca*

4 comentários:

Anônimo disse...

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Ricardo Rayol disse...

a minha dor é uma agonia.

Maria-Sem-Vergonha do Cerrado disse...

Já te coloquei entre os meus favoritos...poesia, literatura, música, cinema, arte e paixão: alimentos para a vida, para a alma.

Lunna Guedes disse...

Há de se entender a dor para se entender a si mesmo, como metáfora, como possibilidade. A dor é identificação sempre. Boa semana para sua alma.

Ps. Adoro Florbela Espanca - ela sempre foi tradução de algo para mim.