quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Eu não acredito na paz


Não.
Eu não acredito na paz.
Não nessa palavra pálida pintada em brancas bandeiras,
Não nessa usada pelas bocas alheias aos que sofrem.
Não acredito nessa sorte de se ter um tudo branco, um dia santo, uma marcha calada de homens vestidos de messias,
Não nessas pessoas vazias com flores nas mãos.

Não.
Não acredito em homens que vivam em plena concordância e discordo de que isso seja algo de bom. Isso em mim faz som de conformidade, lealdade forçada, melodia cantada sem tom. Pra mim, o bom é discussão. Confusão e conclusão, crescimento pelo aumento de possibilidades.
Liberdade de expressão!

Não.
Não acredito na paz.
Eu creio em educação.
Acredito em pão e voz aos que tem fome!

Na paz não,
Mas em dar nome aos bois ladrões,
Em não lavar as mãos do que depende de ação.
Acredito no fim de tiroteios por opção das partes.
(Colocando arte e educação, soldados viram cidadãos)
Acredito em escrúpulo e generosidade, mas não em bondade samaritana.

Não na paz.
Acredito em ética e tolerância (e toda a guerra contra a ganância que isso possa representar).
Eu tolo, ainda que verde, tenho esperança de que mais que paz, exista justiça e que a preguiça se transforme em luta pelo direito de ter direitos.

Não acredito na paz,
Por que equilíbrio é uma posição em movimento.



*Diogo Monteiro*

2 comentários:

young vapire luke lestat disse...

Eu acredito na paz revaltada da sua poesia.
Bem pura, coesa e construida dentro da revolta anarquista do homem Diogo Moteiro em sua cidadania.

parabéns pela escolha dotexto



[]s L.sakssida

Helen disse...

Nossa, adorei!

Queridona, você deixou um link pra gente lá no Umbigo, mas ele foi 'quebrado' pelo formato dos comentários... Manda pra mim que eu acrescento no post, tá?

beijo!