terça-feira, 3 de junho de 2008

Morro do que há no mundo


Morro do que há no mundo:
do que vi, do que ouvi.
Morro do que vivi.
Morro comigo, apenas:
com lembranças amadas,
porém desesperadas.
Morro cheia de assombro
por não sentir em mim
nem princípio nem fim.
Morro: e a circunferência
fica, em redor, fechada.
Dentro sou tudo e nada.


*Cecília Meireles*

2 comentários:

osátiro disse...

Não queremos que morras!
A menos que seja alegoria.
A sensibilidade do teu blog faz muita falata.

LEONARDO SARMENTO disse...

Que ser dramático é vc... Não morras! Não morras! Rs

Adorei a foto da flatulência, muito original... Rs